17/03/2010

O BEIJO


Não se sabe como o ato de beijar iniciou-se na história da humanidade. Portanto, não se sabe quem foram os personagens do primeiro beijo ocorrido.
Os primeiros registros históricos do beijo foram esculpidos por volta de 2.500 a.C. nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia.
Antropólogos acreditam que o beijo nasceu do ritual de mastigar os alimentos antes de dá-los aos filhos, como até hoje o fazem vários animais, como por exemplo, os pássaros.
A química do beijo e da atração sexual vem sendo estudada há décadas e, em alguns aspectos, ainda é repleta de mistérios.
Os romanos classificavam ou nomeavam os beijos em apenas três tipos: o “basium”, trocado entre conhecidos; o “osculum”, dado apenas em amigos íntimos; e o “suavium”, que era o beijo dos amantes.
A antropóloga Helen Fischer (2009), da Universidade de Rutgers em Nova Jérsei (EUA), conta que, assim como os chipanzés, 90 % das sociedades humanas praticam o beijo, acreditando-se que o ato de beijar oferece uma vantagem evolutiva.
Segundo matéria da revista “Scientific American” de janeiro de 2008 (Affairs of the Lips: Why We Kiss), o beijo desencadeia uma cascata de eventos químicos que transmitem sensações táteis, estímulos sexuais, sentimento de proximidade, motivação e euforia.
Para ela, o homem prefere os beijos molhados e com a língua em ação, permitindo a transferência de maior quantidade de testosterona à mulher. A testosterona, aumenta a libido - consequentemente melhora o humor feminino.
O “beijo de língua” também permite que os homens percebam, inconscientemente, se a mulher está em sua fase menstrual.
Mas, se é no “beijo molhado” que substâncias químicas são trocadas através da saliva, para os casais essa troca pode significar o fim do relacionamento ou o início de uma relação duradoura, até que o último beijo (ou a falta de) os separe.
A oxitocina possui um papel importante nas relações humanas, tais como: confiança e percepção emocional. Como a confiança é indispensável nas relações de amizade, relações familiares e quaisquer tipos de interações humanas, há diversos estudos relacionando-a não só com o “amor”, mas também com mudanças econômicas e políticas na sociedade.
Beijar faz bem, mas várias doenças podem ser transmitidas pela saliva: mononucleose infecciosa (febre do beijo), cáries dentárias, candidíase bucal (sapinho), herpes e tuberculose. Outras doenças, como hepatite e doenças sexualmente transmissíveis (HPV, gonorréia, sífilis), causam contaminação pela via bucal com pouca frequência e devem ser levadas em consideração, principalmente, quando existem lesões ou sangramentos gengivais.
O beijo pode acessar três dos principais sistemas cerebrais usados no acasalamento e reprodução: a atração sexual, principalmente relacionada à testosterona; o amor romântico ou apaixonado, que motiva as pessoas a manterem a atenção em seu parceiro; e, por último, aquele que mantém a união durante o tempo suficiente para criarem seus filhos.
Ao fazer sexo, os níveis de dopamina no cérebro aumentam levando os casais até a fronteira da paixão. Com o orgasmo, os casais são surpreendidos com uma avalanche de oxitocina e vasopressina - dando-lhes sentimentos de apego.
O beijo faz parte do jogo de sedução, uma vez que tenha ocorrido a atração sexual, fazendo parte de algo ainda maior, que é a sexualidade humana.