14/04/2010

DISFUNÇÃO ERÉTIL

Sou um jovem de 24 anos, saudável. Passo fases de abstinência sexual relativamente alargadas (por mais de 6 meses). Tenho um problema que me tem vindo a perturbar há algum tempo: quando me envolvo com uma pessoa e durante a fase pré-sexo, onde nos beijamos, costumo ficar bastante entusiasmado e surgem-me regularmente erecções. O problema que me aparece é numa fase posterior, durante o acto sexual propriamente dito tenho dificuldades em ter erecções. Tenho bastante dificuldade em perceber o porquê desta questão, visto que não tenho problemas em ter uma erecção quando estou sozinho, ou durante a tal dita fase de pré-sexo. Poderá isto ser algum constrangimento, ou alguma disfunção?

(Dani)


Caro Dani,

Pela descrição que faz do seu problema parece tratar-se de disfunção eréctil, embora uma avaliação médica e sexológica seja sempre necessária – consulte o seu médico de família, para que ele o encaminhe para médicos especialistas (urologista ou andrologista) e considere fazer uma consulta de psicologia e terapia sexual, para que as dificuldades sentidas não se instalem como uma disfunção na sua vida sexual. Se estiver a fazer alguma medicação, por exemplo, anti-depressiva, esta pode influenciar a sua resposta sexual, pelo que deve continuar a tomá-la, mas falar com o seu médico sobre os efeitos secundários e a possibilidade de ajustar a dosagem e as tomas.

Dada a sua idade, acredito que a causa destas dificuldades sejam psicológicas – o leitor parece ter entrado num ciclo vicioso, depois de uma experiência que correu mal, começou a sentir ansiedade de antecipação e a ficar preocupado com isso, o que influencia muito as relações sexuais seguintes, de modo negativo.
Durante a fase de preliminares, quando a relação física já começou com carícias e estimulação recíproca, é mais fácil ter erecções, pois não está preocupado com problemas (sexuais ou outros) ou com consequências negativas da relação sexual e, como tal, o seu cérebro e pénis conseguem sentir e estar focados na excitação do momento. Quando chega a hora de tentar a penetração, o seu corpo e mente estão num modo que não é sexual mas ansiogénico, mergulhados em preocupações e a sentir cada vez menos o prazer.

(Extraído: Consultório de Sexologia)