09/03/2016






Olá! Esse é um texto meu escrito à pedido da jornalista Raquel Bocato para um portal da net ligado ao Instituto de Longevidade.



Sexualidade após os 50 anos
   Após os 50 anos de idade mudanças acontecem na saúde e na vida sexual tanto do homem quanto da mulher. Por isso, quando o indivíduo não tem informações e uma orientação profissional adequadas, o impacto físico/emocional é grande.
   As principais queixas relacionam-se às mudanças quanto à resposta sexual, desejo sexual e fisiologia sexual. No homem, a resposta eretiva é mais lenta. Na mulher, a lubrificação vaginal é menor e mais lenta; enquanto que na jovem a lubrificação ocorre de 15 a 30 segundos após estímulo sexual efetivo, na mulher com mais de 50 anos, isso ocorre após cerca de 1 a 5 minutos. Essa demora na lubrificação vaginal se dá pelas modificações vasculares determinadas pela esclerose dos vasos da vagina e pela diminuição dos níveis de estrogênio, uma vez que a mesma se encontra na menopausa.
   Outras alterações também ocorrem e, posso citar algumas: atrofia da região labial, atrofia do capuz que recobre o clitóris (embora a função do clitóris continue intacta), contrações orgásmicas diminuídas.
   Infelizmente, ainda existem muitos tabus em relação à sexualidade do idoso e ao relacionamento sexual nessa etapa da vida. Por conta das mudanças fisiológicas e físicas, os indivíduos com mais de 50 anos sofrem com frequência preconceito quando o assunto é a sua própria sexualidade. Vivemos numa cultura que, lastimavelmente cultua a beleza física em padrões surreais para a maioria da população mundial. A ditadura da beleza e o culto ao corpo são responsáveis em grande parte por esses estigmas; uma vez que o corpo do adulto maduro e do idoso, expressa as marcas do tempo.
   É de grande importância salientar que nascemos com nossa sexualidade e morreremos com nossa sexualidade. Enquanto estivermos vivos, seremos seres sexuais!
   Embora a redução do desejo sexual seja diminuída pela ação ou falta de ação dos hormônios sexuais femininos e masculinos, o maior órgão sexual é a mente humana! Com isso, afirmo que uma vida sexual após os 50 anos de idade é perfeitamente viável e pode ser plenamente satisfatória!
   Tanto homens como mulheres, sentindo a necessidade, devem procurar orientação médica (urologista e ginecologista, respectivamente). Hoje, a procura por ajuda especializada é bem maior por parte das mulheres. Porém, com o advento do câncer de próstata e os alertas realizados pela mídia, o número de homens que procuram um especialista tem aumentado. Nosso desejo é que esses homens procurem orientação profissional também para as questões da sua própria sexualidade.
   Para concluir, para qualquer fase da vida humana, para se ter uma vida sexual saudável é imprescindível: conhecer o próprio corpo (como é, como funciona e que sensações produz); conhecer o corpo do outro; diálogo entre o casal e, por fim; respeito mútuo.
   Carolina Mendonça (Psicóloga e Sexóloga- CRP 05/28578)