Por: Carolina Mendonça
Psicóloga e Sexóloga
Você possui alguma conhecida que esteja casada há anos e que ainda seja virgem? Ou conhece alguma mulher que só consegue ser penetrada até determinado ponto porque a dor que sente é insuportável? Ou ainda, quem sabe, um casal que tenha se separado por não conseguir ter uma relação sexual plena?
Psicóloga e Sexóloga
Você possui alguma conhecida que esteja casada há anos e que ainda seja virgem? Ou conhece alguma mulher que só consegue ser penetrada até determinado ponto porque a dor que sente é insuportável? Ou ainda, quem sabe, um casal que tenha se separado por não conseguir ter uma relação sexual plena?
Para as mulheres que recebem o diagnóstico
de vaginismo, essa é uma realidade que traz profunda frustração, desespero e,
consequências sofridas para o casamento.
Entenda
o que é
O vaginismo é a contração dos músculos
próximos à vagina, dificultando e até impossibilitando a penetração. É
importante salientar que essa contração é involuntária: a mulher não percebe
que contrai os músculos da vagina. Essa disfunção sexual origina um círculo
vicioso: ansiedade→ tensão→ dor→ ansiedade→ tensão→ dor... Torna-se uma
resposta aprendida desenvolvida pela associação de dor ou medo da penetração
vaginal.
As
causas
O medo da penetração pode derivar de traumas
de infância; abuso sexual; falta de informação; informações erradas ou confusas
sobre sexo; questões religiosas que associam o sexo ao pecado; sentimentos de
culpa; desconhecimento da própria anatomia feminina; e, até problemas físicos
reais.
Dentre os problemas físicos encontram-se
quaisquer patologias da região pélvica que torne a relação sexual dolorosa.
Exemplos: endometrite; doenças inflamatórias; herpes genital; vaginite
atrófica; e até restos de hímem e hímem rígido. Todas as patologias de causa
física trazem dor, podendo por isso, desencadear o vaginismo.
É
importante esclarecer que a maior parte das mulheres que sofrem dessa
disfunção, a desenvolvem por motivos de natureza psicológica. Talvez você já
tenha ouvido a frase: “O cérebro é o maior e o mais importante órgão sexual.” O
que isso quer dizer? Quando o vaginismo é causado por fatores psíquicos, é o
psicológico que deve ser focado. Por vezes, é necessário dizer à paciente: “Não
há nada de errado com a sua vagina. Precisamos trabalhar a sua cabeça!” O
cérebro é quem comanda o corpo. E é assim em todas as áreas, inclusive na
sexual. Isso vale para mulheres e para homens. Grande parte das disfunções
sexuais femininas e masculinas tem raízes emocionais. Logo, o tratamento
psicológico é fundamental.
Então,
o que fazer?
O primeiro passo é procurar um ginecologista
para verificar ou descartar quaisquer patologias de ordem física. Depois de
tratadas, algumas mulheres conseguem ter relação sexual normalmente. Outras,
precisam do atendimento do psicólogo/sexólogo, mesmo quando a origem é física,
por deixar sequelas emocionais. Quando o vaginismo é 100% de origem emocional,
a mulher deve procurar um psicólogo/sexólogo para iniciar o tratamento.
O
tratamento
O tratamento consiste em duas etapas, que
podem acontecer em momentos distintos ou simultaneamente, dependendo do caso: a
psicoterapia, que pode acontecer individualmente ou a dois (marido e mulher) e
a dessensibilização.
Na psicoterapia, são trabalhados os aspectos
emocionais que levam à dor e ao medo da penetração vaginal. Na
dessensibilização, a paciente passa pelo processo de perda gradual da
“sensibilidade negativa” ou “intolerância” aos estímulos vaginais. A
participação do marido é muito significativa em todo o processo. Quando ele
participa, geralmente os resultados são bem mais rápidos.
Com o avanço da tecnologia e da medicina, o
uso de métodos, outrora empregados em determinadas áreas médicas, têm sido
utilizados para o tratamento de algumas disfunções sexuais, inclusive para o
tratamento do vaginismo. Alguns desses métodos são:
A Eletroestimulação, que é
um recurso terapêutico onde os músculos são contraídos e relaxados através de
um aparelho. As aplicações da eletroestimulação muscular por corrente
alternada proporciona vários trabalhos na musculatura, que vão ser
diferenciados pela utilização dos parâmetros que o equipamento oferece.
A Carboxiterapia, que consiste na aplicação de dióxido de carbono (CO2) com a finalidade de melhorar a circulação e
oxigenação dos tecidos.
A toxina botulínica, que é uma substância produzida pela bactéria
chamada Clostridium botulinum e quando injetada em algum grupamento muscular,
provoca sua paralisação através do bloqueio da placa motora. A toxina é
aplicada no terço distal e musculatura externa da vagina, provocando a
paralisação temporária deste grupamento muscular . Ainda assim, psicoterapia e dessensibilização são o tratamento mais utilizado e recomendado para a maioria dos casos de tratamento do vaginismo.
Por tudo isso, é fundamental que a paciente tenha um diagnóstico preciso, realizado por um profissional capacitado, levando-se sempre em consideração de que cada mulher é única e que o tratamento apontado será o melhor para ela.
O casamento
Viver uma vida a dois onde não se pode
desfrutar de uma sexualidade plena, torna-se
frustrante. A esposa acaba desenvolvendo pensamentos prejudiciais, como: “Eu
não sou mulher o suficiente.”; “Eu sou menos mulher que fulana.”; “Eu não faço
meu marido feliz.”; “Queremos ter filhos e não podemos.”... E, como
consequência, seu comportamento vai modificando-se: ela passa a sentir-se
retraída socialmente, fica com a auto-estima baixa, e algumas vezes, desenvolve
até um quadro depressivo.
Veja só: uma esposa com esse perfil, acaba
não sentindo-se capaz de manter um relacionamento satisfatório com seu marido,
já que ela mesma não está bem! O marido entristece-se a cada tentativa sexual
mal- sucedida. Esse tipo de situação acaba trazendo para a relação conjugal
situações de estresse, ansiedade, conflitos, etc. Não raramente, casamentos até
terminam por esse motivo.
Deus deseja sempre o melhor para os seus
filhos. Ele deseja que homem e mulher vivam em plena harmonia conjugal e
sexual. A instrumentalidade de um profissional pode ser ferramenta Divina para
a cura do vaginismo e, por consequência, a cura para um casamento em crise!