28/03/2011

Transtornos Psicóticos



  

Os Transtornos Psicóticos caracterizam-se por sintomas típicos como delírios e alucinações, pensamento desorganizado e comportamento claramente bizarro, como fala e risos imotivados. Alguns sintomas são muito comuns como idéias delirantes de cunho persecutório, alucinações visuais, auditivas e etc. Alguns autores tendem a dar ênfase à perda de contato como dimensão central da Psicose. O psicótico, nesta perspectiva, passaria a viver fora da realidade que nos cerca, criando uma espécie de mundo particular. A forma mais frequente de Psicose é a Esquizofrenia, como alguns subtipos que serão descritos posteriormente. Antes, porém, para que os diagnósticos possam ser compreendidos com maior clareza, faz-se necessária a explicação de alguns sintomas típicos da doença. Iremos nos ater ao que são chamados Sintomas Positivos e Negativos. Essa diferenciação irá facilitar o entendimento desta psicopatologia. Alerta-se para o fato de que determinadas formas de Esquizofrenia apresentam maior quantidade de Sintomas Positivos, e outras, de Sintomas Negativos.

Sintomas Positivos: São manifestações novas, "floridas" e produtivas do processo Esquizofrênico. Entenda-se produtivas, não como algo útil, proveitoso, mas sim no sentido da produção. O paciente produz, constrói estes sintomas. São eles:

• Alucinações auditivas e visuais são mais frequentes, mas também podem haver outras como olfativas e gustativas, por exemplo.
• Idéias delirantes de conteúdo paranóide, auto-referente, de influência ou de outra natureza. A título de exemplo, podem ser dadas as idéias delirantes persecutórias (achar que alguém o está perseguindo).
• Comportamento bizarro, atos impulsivos.
• Agitação psicomotora.
• Produções linguísticas novas. O paciente pode inventar idiomas.

Sintomas Negativos: Caracterizam-se pela perda das funções psíquicas (na esfera da vontade, do pensamento, da linguagem, etc.), por empobrecimento global da vida psíquica e social do indivíduo. Os principais sintomas são:

• Distanciamento afetivo em graus variáveis até o completo embotamento afetivo. Trata-se da perda da capacidade de sintonizar afetivamente com as pessoas, de demonstrar ressonância afetiva no contato com as outras pessoas.
• Retração social. O paciente vai se isolando progressivamente do convívio social.
• Empobrecimento da linguagem e do pensamento. O pensamento vai ficando desarticulado, lentificado, e a quantidade de palavras tende a diminuir.
• Diminuição da vontade (avolição) e apragmatismo, ou seja, dificuldade ou incapacidade de realizar ações, tarefas, trabalhos minimamente organizados, que exijam um mínimo de iniciativa e persistência.
• Auto-negligência que se revela pelo descuido consigo mesmo, pela falta de higiene, por desinteresse pela própria aparência, etc.
• Lentificação psicomotora e empobrecimento da esfera gestual. Os movimentos vão ficando cada vez mais raros e lentos, o semblante não expressa vitalidade.

                                               Carolina Mendonça (Psicóloga e Sexóloga)