13/05/2014

PAIS SUPERPROTETORES PODEM IMPEDIR O DESENVOLVIMENTO DOS FILHOS





Com medo de que algo de ruim aconteça, muitos pais tendem a superproteger os filhos, ao ponto de impedir que tenham um desenvolvimento social e emocional normal, como se não fossem indivíduos com poder de decisão suficiente para suas idades e sem imaginar as consequências desastrosas para o futuro dos pequenos, que podem se tornar adultos inseguros e imaturos.
Segundo a psicóloga Moniki Trombine Caputo, superprotegendo os filhos, os pais não possibilitarão a liberdade de viver as dificuldades específicas de cada fase do seu desenvolvimento, necessárias para promover a construção dos recursos e das capacidades que as crianças aplicarão nas situações futuras da vida.
"Realizando coisas por eles ou eliminando deles, além de podarem o direito de se sentirem capazes, podarão o direito de desenvolverem a autonomia, a riqueza da construção de recursos e a sensação da conquista", explica.
Não existem posturas específicas que identifiquem ou classifiquem os pais como superprotetores, mas a maioria deles costuma impedir os filhos de andarem sozinhos, irem a padaria, mercado, ou brincar na rua, preferindo que eles fiquem seguros em casa jogando videogame ou vendo TV.
Para a psicóloga, os pais podem identificar se estão superprotegendo os filhos a partir dos seguintes episódios: os filhos apresentam preferência por um convívio mais restrito entre familiares, não se mostrando encorajados a enfrentarem o modo como os outros são, mostram-se inseguros nas diferentes atividades do dia a dia, até mesmo nas mais simples, necessitam constantemente da aprovação deles e apresentam insatisfação quando não são prontamente atendidos.
O momento violento quer a sociedade enfrenta alimenta ainda mais esse medo dos pais. Para lidar com isso, Moniki sugere que os pais reconheçam que esse medo é deles e não dos filhos. "O ideal é acreditar nas condutas transmitidas a seus filhos, como meio do mesmo se esquivar de situações conflitantes que gerem violência", argumenta.
Uma boa dica é que soltem as crianças aos poucos, lhe dando tarefas condizentes com suas idades, como ir comprar pão na padaria próxima ou permitir que brinque na rua de casa, com horário para entrada. Conforme forem sendo realizadas com segurança, a liberdade pode ser aumentada, sempre com a devida orientação quanto aos cuidados necessários para garantir seu bem estar.
Por Carmem Sanches